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Disputa entre mães não faz bem para ninguém

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Semana passada me aconteceu uma cena que ainda não havia ocorrido. E eu achei que era apenas falação exagerada de algumas mães. Não, não era possível, no meu conceito, que mãe fosse tirar satisfação com outra mãe por causa de pendenguinha de criança.Pois bem. Acontece!

Eduardo, Luca e eu nadamos no mesmo horário, na escola de natação mais bacana da cidade, em minha opinião. Cada um faz o treino com sua turma e seu professor. Cada grupo fica em um canto na piscina, portanto eu não nem os vejo durante o período em que estamos na água. Além do mais, acredito que quando nossos filhos estão em alguma atividade monitorada por um profissional, a responsabilidade deles nesta hora é de quem lidera a turma. Neste caso especificamente, os cuidados de Dudu e Luca são de responsabilidade do professor de natação. Não é porque eu estou na piscina que eu devo intervir na aula deles. Acho até falta de respeito com o professor.

Aí que saímos todos da piscina e fomos juntos para o vestiário. Sempre tomamos banho, os três, no mesmo sanitário. Na ocasião, encontrei uma amiga querida, nos abraçamos molhadas, trocamos ideia, brincamos com os filhos umas das outras. Eis que neste momento, uma mãe muito nervosa, grande, mais alta que eu, aponta o dedo indicar em minha direção e dispara a bala “Esse menino é seu filho”? Eu, quase que jogada na parede do vestiário, sentindo todos os olhares de outras mães e crianças na minha direção, apenas coloquei a mão no ombro de Luca e respondi “sim, sou”, já temendo pelo que viria.

Ela, segurando a filha com uma mão e dedo em riste no meu nariz, me enquadrou: “Olha, seu filho hoje puxou o maiô da minha filha, quase a matou afogada na piscina”. Na hora, eu perguntei com toda a calma do mundo se o professor tinha visto a cena. Ela respondeu que sim. Então, fui adiante e questionei se ele tinha chamado a atenção de Luca. Ela também respondeu que sim, quando eu disse “Então, é que na hora da aula a responsabilidade pelo que acontece lá dentro é do professor. É com ele que a senhora tem de falar”.

Ela, mais inflamada ainda, continuou: “Eu falei com ele, que chamou a atenção de seu filho, mas eu quis conversar com você mesmo assim, porque eu senti muita maldade no seu filho. Você precisa ver direito o mal que mora dentro de seu filho, viu?!?!”.

Bem, amigas, eu fiquei de boca aberta, assustada pela intimada que a mulher me deu, envergonhada por ela falar alto comigo e apontando o dedo na minha cara, na frente de tantas outras pessoas, no vestiário de uma academia… e apenas disse que “tudo bem”, quase enfiando minha cabeça no vaso sanitário de vergonha.

Antes que alguém pense que estou me redimindo da obrigação de conversar com meu filho sobre seu comportamento já digo não. Sim, eu sei que Luca é danado. Sim, eu sei que ele às vezes na bate nos amigos durante algum conflito. Sim, eu sei que ele tem um comportamento desafiador. Sei de tudo isso e luto, luto muito para que esses desvios sejam resolvidos. Sou amorosa, também mais firme, por vezes dura. E nunca, nunca, nunca deixo passar.

O que quero abordar aqui neste post é o fato de uma mãe ter tirado satisfações comigo, de forma rude, na frente de outras mães, por algo que aconteceu fora de meus domínios e responsabilidade. Naquele momento, exatamente naquele momento, o que aconteceu teria de ser reportado ao professor e se a mãe quisesse, ou se o professor julgasse necessário, ele é que deveria vir me relatar o caso, acontecido com seu aluno. Não a mãe!

O professor veio me falar depois que ele estava ao lado, quando Luca afundou a menininha. Era a primeira aula dela (tadinha) e Luca, espoleta que é, meio que montou cavalinho no ombro dela, brincadeira besta que fazem entre os amiguinhos, bruta-montes. Ele não tem noção de que não pode fazer isso com todo mundo, que era uma menina nova e que ela não tem a mesma destreza na água que os outros. Não foi assim na maldade, como acusou a mãe. O instrutor me disse que não foi nada grave, que na hora ele levantou a criança da água e que ela nem chorou, só se assustou mesmo, quando a mãe começou a dar chilique na sala de espera (que tem um vidro e algumas mães ficam vendo a aula de natação). Ainda bem que eu não estava ali nessa sala, na hora do ocorrido, senão quem morria afogada era eu…ahahahaha.

O que quero dizer, amigos, é que a gente precisa separar a atitude das pessoas. Eu não tenho necessariamente culpa ou responsabilidade sobre os atos de meus filhos. Eu tenho, sim, a responsabilidade de educá-los, de conduzi-los no bom caminho, de guiá-los no respeito, na ética, na educação e nas boas ações com o mundo e as outras pessoas. Mas, eles são crianças e não nasceram prontos. Estão em fase de aprendizado.

Essa intimada que levei da mãe me leva a crer que exista uma grande competição entre mulheres ainda. Que a culpa por meu filho ter feito uma brincadeira bruta com a filha dele seja minha. Não, não é! A responsabilidade corrigi-lo, sim, é minha. Mas, eu não tenho como ser responsabilizada e vista como uma diaba, que não “vê a maldade do filho”, como a mulher disse, por ele ter agido de forma exagerada com a menininha.

A parte boa da história é que eu consegui não ser rude, não alterei o tom de voz, não falei besteira. Apenas escutei, consenti com a cabeça, disse que a responsabilidade pelos alunos, na hora da natação, era do professor e respondi que sim, que conversaria com ele. E assim o fiz, conversando também com o professor, dando a ele plenos poderes para repreender Luca quando ele cometer algo que não julga correto para a ocasião.

E assim eu segui pensando que precisamos de mais união. Nós, mães. Já é tão difícil educar filhos! Não precisamos de acusações, de dedos em riste, de bafão em voz alta, na frente de outras pessoas, no vestiário da escola.

Precisamos trocar ideia, precisamos de acolhimento, precisamos ter apoio para saber como educar. Sei que é difícil ser mãe de quem é “vítima”. Eu tenho os dois em casa. Eduardo é o que apanha. Luca é o que bate. E saibam, as duas coisas são difíceis. Para mim, é mais complicado ser mãe do que bate, porque as pressões são grandes e os olhares de reprovação vem a todo instante.

Por isso, eu peço a você, se trombar com meu Luca por aí e ele fizer algo para seu filho, tenha complacência de mãe e me ajude na melhor forma de educá-lo. Eu te peço, por mim, por ele, pelos nossos filhos, por uma sociedade com mais amor. Não me julgue. Não me culpe. Não me coloque em saia-justa. Isso não é amor. É o contrário <3


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